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SXSW se consolida como vitrine mundial de inovação e tendências (e vira também território brasileiro)

SXSW se consolida como vitrine mundial de inovação e tendências (e vira também território brasileiro)

No meu último post sobre o SXSW, comparei o seu impacto com o da época do Woodstock nos anos 60. Quem buscou conhecer a história de Woodstock, certamente consegue reconhecer um padrão similar do ponto de vista do impacto geral numa sociedade e a sua transformação.

O que estamos presenciando no SXSW não é somente a consolidação de um evento que se tornou uma referência mundial para inovação, mas também um posicionamento cada vez mais firme com relação à criação de uma nova ordem, mais equânime e mais justa. Exatamente o mesmo impacto que Woodstock causou no fim dos anos 60.

O SXSW tem se destacado a cada ano e com cada vez maior força, evidenciando uma transformação em curso, não somente aquela que ouvimos e vemos nos noticiários e holofotes. Na esteira da velocidade da mudança, as inovações tecnológicas recentes estão se sedimentando e construindo uma nova ordem, cujo conceito principal é a descentralização.

O blockchain fez a demonstração cabal como a tecnologia consegue resolver um problema milenar do comportamento humano: a confiança. É justamente pela falta de confiança diante da interferência humana que se torna necessária uma tecnologia como a do blockchain, pois com ela agora há a irrefutabilidade garantida e soberana, ou seja, acima de qualquer tempero político ou agenda pessoal.

Seguindo uma trajetória natural de evolução, à medida que conquista maior penetração, agora estamos assistindo o surgimento das DAOS (Decentralized Autonomous Organizations), que, através do blockchain, consegue transferir uma autoridade centralizada e desconectada para uma que é compartilhada e distribuída.

Como mencionei no post anterior, a maior surpresa do SXSW 2022 do ponto de vista tecnológico, foi constatar que o blockchain já faz parte do cotidiano, e que não existe mais um caminho de volta para uma nova ordem, onde há tecnologia disponível para promover os novos desenhos da sociedade. É possível perceber um forte movimento para que as organizações passem a se orientar primeiro a partir de um propósito maior, um que contribua para o desenvolvimento geral e individual dos cidadãos: viva as “Purpose-Driven Organizations”.

Outra grande surpresa (essa não tecnológica, mas sim de tendência) foi o quanto se ouvia a língua portuguesa nos corredores do evento. Pelos meus cálculos, usando como base a quantidade de pessoas e as respectivas filas para os happy hours promovidos pelas empresas de tecnologia, e até pela Rede Globo com sua campanha Keep Globo Weird, eu diria que havia pelo menos 800 participantes vindos do Brasil, ou seja, Austin (e o SXSW em especial) está virando território brasileiro permanente. Disseram que a delegação brasileira foi a segunda maior, mas pelo indicador dos corredores, parecia ser a primeira.

Para quem está nessa estrada internacional há 3 décadas, foi muito bom ver como os brasileiros estão cada vez mais internacionais. Foi muito bom constatar que Nelson Rodrigues no final se equivocou por não ter podido perceber o impacto do futuro, pois ser um vira lata hoje não é mais um complexo emocional, e sim uma vantagem competitiva no cenário mundial. Viva o brasileiro!

 

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