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É hoje! ‘Reage, Rio!’ debate cidades inteligentes

É hoje! ‘Reage, Rio!’ debate cidades inteligentes

O que são cidades inteligentes? Respostas para esta pergunta estarão hoje em debate na terceira edição do seminário “Reage, Rio!”. O evento, uma realização dos jornais EXTRA e O Globo, com patrocínio da Oi e apoio institucional da Prefeitura do Rio, reunirá especialistas para discutir soluções inovadoras para a capital e o Estado, hoje, em Ipanema. As inscrições estão encerradas, mas é possível acompanhar tudo pelos sites dos dos jornais, a partir das 9h30.

No encontro, serão analisados casos de sucesso, como o Meu Rio, uma rede de mobilização da sociedade civil que busca influenciar nas decisões de políticas públicas e fiscalizar o trabalho de representantes da população no governo.

Miguel Lago, cofundador da iniciativa e diretor-presidente do Nossas Cidades, acredita que o conceito de cidades inteligentes passa justamente pela capacidade do cidadão comum de participar mais das ações do Estado:

— A gente precisa ter noção de que o uso da tecnologia não pode estar disponível só para o Estado controlar o cidadão, mas para o cidadão controlar o Estado.

O presidente do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade, Washington Fajardo, é um dos debatedores dessa mesa. Para ele, a discussão passa também por soluções para habitação e mobilidade:

— A tecnologia já mudou as relações sociais, de consumo e de trabalho, e vai mudar também as cidades.

Sérgio Magalhães, presidente do Instituto de Arquiteto do Brasil (IAB), também participará do debate:

— Encontros que ajudem a formular consensos são muito bem-vindos.

Cidade vira celeiro para empresas inovadoras

Centros universitários de ponta, necessidade de criar soluções para uma cidade em busca de saídas para a crise e perspectiva de retomada da economia. Esses são alguns dos fatores que, na avaliação de especialistas e empresários, fazem do Rio um verdadeiro celeiro de startups. Só nos últimos cinco anos, 127 negócios foram acelerados pelo programa Startup Rio, uma iniciativa público-privada do governo do Estado do Rio. Desse total, 90 se graduaram como empresas. O quarto edital do programa será lançado este mês. Cerca de 50 projetos poderão receber até R$ 96 mil para o seu desenvolvimento.

— O Rio tem muitas competências em áreas tecnológicas que ficam dentro do ambiente da universidade e não chegam ao mercado. Queremos mudar isso para fazer a economia funcionar em novos segmentos, para não ficar tão dependente do óleo e gás — explica o subsecretário de Pesquisa, Ciência e Tecnologia do Estado do Rio, Augusto Raupp.

Robert Janssen, diretor-executivo da aceleradora de startups OBr.global, estima já ter impulsionado cerca de 90 novos negócios. Para o segundo semestre, está prevista a abertura de uma turma de 12 empreendimentos:

— O Rio é o maior berço universitário do Brasil. Grande parte do berço da inovação está na universidade.

Nascida na PUC-Rio, a Docpad confirma essa tese. A empresa foi fundada em 2016, com o foco na área de saúde. Quer ser o “Dropbox dos exames médicos”, organizando e armazenando informações para clínicas, por meio de um aplicativo. O negócio já recebeu duas rodadas de investimento, uma de R$ 500 mil e outra de R$ 200 mil.

— Temos grandes players (do setor) no Rio, como hospitais e laboratórios. Há boas perspectivas — prevê o empresário Carlos André Lucena, um dos fundadores da Docpad.

Turismo e comércio são vocações

A melhora da educação também é oportunidade de negócio. Esse é o foco da Tamboro, especializada em cursos de desenvolvimento de habilidades voltados para jovens profissionais que usam a gamificação (técnica de aproveitar mecanismos de jogos para aumentar o engajamento) como ferramenta e treinamentos planejados para capacitação de trabalhadores.

Maíra Pimentel, diretora de operações e cofundadora da Tamboro, acredita que o espírito de cultura e arte ajuda no desenvolvimento do negócio:

— No Rio, a cultura digital é forte e uma oportunidade muito legal de começar a história nesse território.

Especialistas alertam, porém, que é preciso vencer gargalos para o potencial ser alcançado. Guto Ferreira, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), considera que duas vocações naturais da cidade, comércio e turismo, poderiam ser mais bem exploradas:

— Aqui no Brasil, há investimentos equivocados. Lá fora, eles são feitos com previsão de retorno de seis a sete anos.

Já Túlio Severo, diretor do Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP) destaca a importância do marco regulatório:

— Falta uma lei que venha do mercado. É preciso ter um pacto pela inovação.

Link para a matéria: https://extra.globo.com/noticias/rio/e-hoje-reage-rio-debate-cidades-inteligentes-22800510.html

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